Lendo "Intinerário de Pasárgada" de Manuel Bandeira, encontro o seguinte Soneto, de Camões, que ele cita. Há muito não penetrava tão completamente em um soneto, como nesse. O soneto:
O céu, a terra, o vento sossegado...
As ondas, que se estendem pela areia...
Os peixes, que no mar o sono enfreia...
O nocturno silêncio repousado...
O pescador Aónio, que, deitado
Onde co vento a água se meneia,
Chorando, o nome amado em vão nomeia,
Que não pode ser mais que nomeado:
Ondas (dizia) antes que Amor me mate,
Tornai-me a minha Ninfa, que tão cedo
Me fizestes à morte estar sujeita.
Ninguém lhe fala; o mar de longe bate;
Move-se brandamente o arvoredo;
Leva-lhe o vento a voz, que ao vento deita.
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Um comentário:
Gosto quando os sonetos me lembram curtas metragens. Apesar de que até hoje só fiz questão de ler Bocage e alguns do Shakespeare.
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