terça-feira, 2 de junho de 2009

Sílvio Barbato, meu maestrinho



Hoje minhas lágrimas tiveram motivo pra cair
Não Sílvio, não!
Estás em uma ilha dando aquele sorriso gostoso
Estás cantarolando pros que estão aflitos
Seus cabelos balançam com o vento da ilha
Daquele jeito, como quando reges a orquestra
Teus cabelos são um espetáculo a parte

Tu cumprimentavas com tanta amabilidade quem nem conhecias
Conversava com as senhoras fúteis, achando graça
Falavas com uns eruditos chatos, "aqueles velhas"
Fazias sorrir toda a Sala Villa -Lobos
Falavam de ti, mas nem ligavas
Vinham-te as meninas, pois que venham mais
Tinhas tanto charme...

Mas meu Deus, Sílvio!
Você era homem! E dizem, todo homem é mortal!
E o avião... meu Deus!

Mas não! Não deve ser!
Vou acreditar nos ufólogos, nos evangélicos e nos otimistas...
Eras bom, e o avião caiu sem ti, continuastes no céu.
No avião não, Sílvio.
Aquele seu sorriso não se pode ter perdido,
A lembrança do seu sorriso não foi feita pras lágrimas
Seu sorriso foi feito pra outros risos e pra música...

Mas não Sílvio, eras homem e eras mortal
E o avião caiu...

Dormirei, e teu olhar galanteador ficará aqui, ao lado
Nem Mozart, nem Bach, nem Villa-Lobos, nem Verdi
estão mais vivos Sílvio, mas sua música é cantada e tocada
Seus nomes são falados e ouvidos
Mas o que é um nome se não um nome?
A melhor música que regestes foi teu riso contagiante
E agora ele não é mais que uma lembrança,
que não pode ser imitada pela melhor orquestra
Nem regida pelo melhor maestro
Pois só tu sabias ritmar teu sorriso... e teus cabelos...
E tu caístes...

Meu Deus Sílvio, e nem era só tu...
Quantas almas choram agora?
Mas não, Sílvio, foi só um pesadelo
E acordarás dele da melhor forma: dormindo
Mas deixaste-nos tão triste,
Acordaremos e só veremos aquilo a que chamam realidade

Mas não Sílvio, não tu...
Irei dormir agora
Fala-me num sonho que não eras homem
e nem mortal
E que o avião não caiu...